segunda-feira, 14 de julho de 2014

Espiritualidade Conjugal e a Santidade

Espiritualidade Conjugal e a Santidade

Para começarmos a falar de “espiritualidade conjugal e santidade”, não podemos deixar de relembrar as palavras do Pe. Caffarel em sua carta a Pe­dro Moncau: “... os grupos de casais... têm o objetivo essencial de ajudar os casais a tender para a santidade - nem mais, nem menos”. (Henry Caffarel, um homem arrebatado por Deus, p. 81)
Temos então aí uma meta dentro deste Movimento que abraçamos em nossa vida: tender para a santidade. Santidade que não se constrói num piscar de olhos, mas num caminho longo a ser percorrido a dois, buscando sempre a felicidade.
Pe. Manoel Iceta, em palestra proferida no Encontro Internacional de Fátima, dizia: Os esposos são uma presença específica de Cristo no meio de homens e mulheres de cada época da história. Esta presença específica dos esposos vive-se na espiritualidade conjugal”.
A palavra espiritualidade vem de “espírito”, mais especificamente, de “Espírito Santo”. Quer dizer, o homem e a mulher espirituais são pessoas que vivem do e no Espírito de Deus, mergulhados no Dom maior do Amor divino. Homem e mulher casados significa que ambos vivem de acordo com o Espírito Santo, que é o amor existente entre o Pai e o Filho. No matrimônio cristão, o casal sela seu compromisso de vida a dois no amor, buscando a santidade, fundamentado no Amor de Deus, na rocha que é Jesus Cristo para a glória do Pai.
O casal cristão começa a formar-se no momento em que recebe o sacramento do Matrimônio, e continua a sua formação cotidianamente. Na medida em que responde positivamente a Deus, todo casamento é um sacramento. O lugar sacramental não é somente o altar da Igreja, mas também a casa, a mesa, a cama. Eis os meios habituais de que nós casais dispomos para nos santificar. Estes meios tornam-se caminho de santidade, se soubermos utilizá-los.
Alguém, percorrendo o catálogo dos santos, colheu a impressão de que nele só existem padres e freiras e que a santidade não seria possível senão nos conventos ou nas fileiras clericais. Ledo engano quem pensa assim.
Convém citar que o Catecismo da Igreja Católica, em seu n° 2360, diz: No casamento, a intimidade corporal dos esposos se torna um sinal e um penhor da comunhão espiritual. Entre os batizados os vínculos do matrimônio são santificados pelo sacramento”. Donde se vê que o matrimônio abençoado por Deus é um estado de vida que santifica os cônjuges.
Deus concede aos esposos a graça necessária para que, atendendo aos afazeres e compromissos respectivos, mais e mais se unam ao Senhor e cheguem à perfeição cristã. E a própria história atesta que existem casais santos.
Em 2001 a Igreja Católica Romana beatificou o primeiro casal, em toda a sua história. A Igreja concluiu que o casal Quattrocchi é uma extraordinária testemunha do profundo mistério que é o sacramento do Matrimônio. E assim este casal dos nossos tempos foi declarado “beato”, depois de ter sido julgado modelo de espiritualidade cristã, vivendo heroicamente o matrimônio e a família.
O Papa João Paulo II declarou, quando da sua beatificação em 2001: “Queridas famílias, hoje temos a singular confirmação de que o caminho da santidade, seguido juntos como casal, é possível, é lindo, é extraordinariamente frutuoso e é fundamental para o bem da família, da Igreja e da sociedade”.
O matrimônio, mergulhado no Espírito de Deus na normalidade do dia-a-dia, torna-se um sacramento de celebração contínua. E celebrar é fazer da nossa vida uma grande e perfeita liturgia. (Pe. Tarcísio, um dos quatro filhos do casal, numa entrevista disse: “A nossa família era uma família normal, que tentava viver os diversos relacionamentos num plano de alta espiritualidade”).
Enfim, eu e você, marido e mulher, somos sacramento para os nossos filhos. É o primeiro lugar onde Deus se faz próximo e se torna presente. E a nossa casa deverá ser para todos os que a visitam lugar de encontro com Deus. Lugar onde se sintam acolhidos, escutados, compreendidos. Para isso precisamos descobrir no Evangelho como Cristo acolhia, escutava e compreendia os que se aproximavam dele.
É preciso que assumamos em casal este caminho de santidade. Embora, em vista da maternidade divina, Maria tenha sido concebida imaculada, ela teve o apoio do seu fiel esposo para viver a fidelidade a Deus e, igualmente, José encontrou em Maria o grande apoio para ser “justo”, como esposo e como pai “legal” do Filho de Deus. Pela sua fidelidade mútua e fidelidade a Deus, eles são modelo de santidade para os esposos.
Peçamos juntos à Rainha de todos os santos que nos ajude a responder, com generosa fidelidade, ao chamado de Deus a sermos santos como Ele é Santo.
Nilza e Nivaldo
CR Província Centro-Oeste

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