Perguntas e Respostas
Quem é o Espírito Santo?
Na festa de Pentecostes a Igreja celebra a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos. Quem é o Espírito Santo? Como foi a vinda do Espírito Santo? Como atua na vida do cristão? Que são os dons do Espírito Santo?
1. Como foi a vinda do Espírito Santo?
Narra-o S. Lucas nos Atos dos apóstolos, nos capítulos 1 e 2. Antes da Ascensão, Jesus tinha dito aos discípulos “que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai. Porque João batizara com água – disse-lhes – mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias. Quando tiver vindo sobre vós o Espírito Santo, sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria, e até aos confins da terra”.
Uns dias mais depois – continua a narração de S. Lucas – “quando estavam reunidos no mesmo lugar, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval e encheu toda casa onde se encontravam. Apareceram uma espécie de línguas de fogo que pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas”.
Neste dia revela-se plenamente a Santíssima Trindade e a partir de então o Reino anunciado por Cristo está aberto a todos os que acreditam nele.
Contemplar o mistério
Conta-nos também S. Lucas que, depois de S. Pedro ter falado, proclamando a Ressurreição de Cristo, muitos dos que o rodeavam se aproximaram, perguntando: que havemos de fazer, irmãos? E o Apóstolo respondeu-lhes: Fazei penitência, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. E o texto sagrado termina dizendo-nos que nesse dia se incorporaram na Igreja cerca de três mil pessoas.
Os Atos dos Apóstolos, ao narrarem-nos os acontecimentos daquele dia de Pentecostes em que o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo sobre os discípulos de Nosso Senhor, levam-nos a assistir à grande manifestação do poder de Deus com que a Igreja iniciou a sua caminhada por entre as nações. A vitória que Cristo obtivera sobre a morte e sobre o pecado - com a sua obediência, a sua imolação na Cruz e a sua Ressurreição - revelou-se então em todo o seu esplendor divino.
Cristo que passa, 127
Caminho certo de humildade é meditar como, mesmo carecendo de talento, de renome e de fortuna, podemos ser instrumentos eficazes, se recorremos ao Espírito Santo para que nos conceda os Seus dons. Os Apóstolos, apesar de terem sido instruídos por Jesus durante três anos, fugiram espavoridos diante dos inimigos de Cristo. Todavia, depois do Pentecostes, deixaram-se vergastar e encarcerar, e acabaram dando a vida em testemunho da sua fé.
Sulco, 283
Ajuda-me a pedir um novo Pentecostes, que abrase outra vez a Terra.
Sulco, 213
2. Quem é o Espírito Santo?
O Espírito Santo é uma das três pessoas da Santíssima Trindade. É Deus com o Pai e o Filho com o Pai e o Filho recebe a mesma adoração e glória, como afirma desde há séculos o Símbolo Niceno-Constantinopolitano. Consubstancial com o Pai e o Filho, é inseparável deles, tanto na vida íntima da Trindade como no seu dom de amor ao mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia o seu Verbo, envia também o seu Sopro: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são diversos mas inseparáveis. Sem sombra de dúvida, Cristo é quem se manifesta, Imagem visível de Deus invisível, mas é o Espírito Santo quem o revela.
Catecismo da Igreja Católica, 687-689
Contemplar o mistério
O coração sente então a necessidade de distinguir e adorar cada uma das pessoas divinas. De certo modo, é uma descoberta que a alma faz na vida sobrenatural, como as de uma criancinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à actividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais!
Amigos de Deus, 306
Os discípulos, que já tinham sido testemunhas da glória do Ressuscitado, experimentaram em si a força do Espírito Santo: as suas inteligências e os seus corações abriram-se a uma nova luz. Tinham seguido Cristo e recebido com fé a sua doutrina; mas nem sempre conseguiam penetrar totalmente no sentido desta. Era necessário que viesse o Espírito de Verdade para lhes fazer compreender todas as coisas. Sabiam que só em Jesus podiam encontrar palavras de vida eterna e estavam dispostos a segui-Lo e a dar a vida por Ele; mas eram fracos e, quando chegou a hora da provação, fugiram, deixaram-nO só. No dia de Pentecostes tudo isso passou: o Espírito Santo, que é espírito de fortaleza, tornou-os firmes, seguros, audazes. A palavra dos Apóstolos ressoa então, forte e vibrante, pelas ruas e praças de Jerusalém.
Cristo que passa, 127
3. Qual é o nome próprio e as designações do Espírito Santo?
O termo “Espírito” é a tradução do termo hebraico Ruah, que na sua primeira aceção significa sopro, ar, vento. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas divinas. Mas unindo os dois termos, a Escritura, a liturgia e a linguagem teológica designam a pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos.
As designações do Espírito Santo
Jesus, ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o «Paráclito», advogado. «Paráclito» traduz-se habitualmente por «Consolador», sendo Jesus o primeiro consolador (15). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo «o Espírito da verdade». Além do seu nome próprio, que é o mais empregado, nos Atos dos Apóstolos e nas cartas dos Apóstolos, encontram-se outras designações. S. Paulo refere-se ao Espírito da promessa, Espírito de adoção, Espírito de Cristo, Espírito do Senhor. Espírito de Deus, e em S. Pedro, Espírito de glória.
Catecismo da Igreja Católica, 691-693
Contemplar o mistério
Frequenta o convívio do Espírito Santo - o Grande Desconhecido - que é Quem te há-de santificar. Não esqueças de que és templo de Deus. - O Paráclito está no centro da tua alma: ouve-O e segue docilmente as Suas inspirações.
Caminho, 57
4. Que símbolos do Espírito Santo se encontram na Sagrada Escritura?
A água do batismo significa a ação do Espírito Santo na alma. Como fogo porque em forma de línguas de “como de fogo” pousou o Espírito Santo sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os encheu d’Ele. A tradição espiritual conserva este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo. A Pomba porque, quando Cristo sai da água do seu batismo, o Espírito Santo, em forma de pomba, desce e pousa sobre Ele. É a imagem mais utilizada na arte para representar a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Catecismo da Igreja Católica, 694-702
Contemplar o mistério
Usava sempre, como marca nos livros que lhe serviam de leitura, uma tira de papel com este lema, escrito em amplos e enérgicos caracteres: "Ure igne Sancti Spiritus!". Dir-se-ia que, em vez de escrever, gravava: queima com fogo do Espírito Santo! - Esculpido na tua alma e aceso na tua boca e pegado nas tuas obras, cristão, queria eu deixar esse fogo divino.
Forja, 923
Secura interior não é tibieza. No tíbio, a água da graça não penetra, resvala... Pelo contrário, há sequeiros, aparentemente áridos, que, com poucas gotas de chuva, se enchem a seu tempo de flores e de frutos saborosos. Por isso, quando nos convenceremos da importância da docilidade aos chamamentos divinos de cada instante, porque Deus nos espera precisamente aí?!
Forja, 224
5. Que missão tem Jesus Cristo e o Espírito Santo na história da redenção?
Jesus não revela plenamente o Espírito Santo até depois da Ressurreição. Contudo, sugere-o pouco a pouco, inclusivamente nos ensinamentos às multidões, quando revela que a sua Carne será alimento para a vida do mundo. Sugere-o também a Nicodemos, à Samaritana e aos que participam na festa dos Tabernáculos. Aos seus discípulos fala-lhes dele abertamente a propósito da oração: di-lo S. Lucas no seu Evangelho: “Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”. E, quando lhes explica o testemunho que terão que dar, diz: “Quando fordes arrastados, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, nem como haveis de falar. Ao chegar esse momento, ser-vos-á comunicado o tiverdes que dizer. Pois não sereis vós quem falará, mas o Espírito do Pai é que falará por vós!”
Catecismo da Igreja Católica, 689-690
Contemplar o mistério
Jesus, Nosso Senhor, o quer: é preciso segui-Lo de perto. Não há outro caminho. Essa é a obra do Espírito Santo em cada alma: na tua. Sê dócil, não levantes obstáculos a Deus, até fazer da tua pobre carne um Crucifixo.
Sulco, 978
Também nós, tal como aqueles primeiros que se aproximaram de S. Pedro no dia de Pentecostes, fomos batizados. No batismo, o Nosso Pai, Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo. O Senhor, diz-nos a Sagrada Escritura, salvou-nos fazendo-nos renascer pelo baptismo, renovando-nos pelo Espírito Santo, que Ele difundiu sobre nós abundantemente por Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados pela sua graça, sejamos herdeiros da vida eterna, segundo a esperança.
Cristo que passa, 128
6. Como atua na vida do cristão?
“Ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ sem a inspiração do Espírito Santo”, diz S. Paulo na Epístola aos Coríntios. E na Epistola aos Gálatas: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama Abá, ó Pai!”. O conhecimento da fé não é possível a não ser no Espírito Santo. Para entrar em contacto com Cristo, é necessário primeiramente ter sido atraído pelo Espírito Santo. O Espírito Santo, com a Trindade Beatíssima, vem inabitar na alma pelo sacramento do Batismo. O Espírito Santo com a sua graça é quem nos desperta “primeiro” para a fé e nos inicia na vida nova que pressupõe conhecer o único Deus verdadeiro e o seu enviado, Jesus Cristo.
Catecismo da Igreja Católica, 737-742
Contemplar o mistério
Vale a pena jogar a vida, entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus deposita em nós. Vale a pena, acima de tudo, que nos decidamos a tomar a sério a nossa fé cristã. Quando recitamos o Credo, professamos crer em Deus Pai Todo-Poderoso, em seu Filho Jesus Cristo que morreu e foi ressuscitado, no Espírito Santo, Senhor que dá a vida. Confessamos que a Igreja una, santa, católica e apostólica, é o corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo. Alegramo-nos com a remissão dos nossos pecados e com a esperança da futura ressurreição. Mas, essas verdades penetrarão até ao fundo do coração ou ficarão apenas nos lábios? A mensagem divina de vitória, alegria e paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do modo de pensar, de reagir e de viver de todo o cristão.
Cristo que passa, 129
Um raciocínio que conduz à paz e que o Espírito Santo oferece aos que querem a Vontade de Deus: "Dominus regit me, et nihil mihi deerit" - o Senhor é quem me governa; nada me faltará. Que é que pode inquietar uma alma que repita sinceramente estas palavras?
Caminho, 760
7. O que são os dons do Espírito Santo?
Os dons do Espírito Santo infundidos na alma do cristão conduzem à perfeição das virtudes e tornam os fiéis dóceis para seguir com prontidão e amor, no atuar diário, as inspirações divinas. Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.
Catecismo da Igreja Católica, 1830-1831
Contemplar o mistério
A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade - doce hóspede da alma - oferece os seus dons: dom de sabedoria, de entendimento, de conselho, de fortaleza, de ciência, de piedade, de temor de Deus.
Amigos de Deus, 92
O Espírito Santo, com o dom da piedade, ajuda-nos a considerarmo-nos, com certeza, filhos de Deus. E se somos filhos de Deus, por que havemos de estar tristes? A tristeza é a escória do egoísmo. Se queremos viver para Nosso Senhor, não nos faltará a alegria, mesmo que descubramos os nossos erros e as nossas misérias. A alegria entra na vida de oração de tal maneira que, a certa altura, não poderemos deixar de cantar: porque amamos, e cantar é próprio de apaixonados.
Amigos de Deus, 92
Entre os dons do Espírito Santo, eu diria que há um de que todos nós, cristãos, temos especial necessidade: o dom da Sabedoria, que, fazendo-nos conhecer a Deus e tomar-Lhe o sabor, nos coloca em condições de poder julgar com verdade as situações e as coisas da vida presente. (…) Não é que o cristão não veja todo o bem que há na Humanidade, não aprecie as alegrias puras, não participe dos anseios e dos ideais terrenos. Pelo contrário, sente tudo isso desde o mais recôndito da alma e compartilha-o e vive-o com especial intensidade, pois conhece melhor do que ninguém os arcanos do espírito humano.
Cristo que passa, 133
8. Por que se diz que o Espírito Santo preparou Maria com a sua graça?
O Espírito Santo coroou Maria com a sua graça. Convinha que fosse “cheia de graça” a Mãe daquele em quem “habita corporalmente a plenitude da divindade”. Em Maria o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. A Virgem Maria concebe e dá à luz o Filho de Deus por obra do Espírito Santo. A sua virgindade converte-se em fecundidade única por meio do Espírito Santo e da fé. Por fim, por meio de Maria, o Espírito Santo começa a pôr em comunhão com Cristo os homens “objeto do amor benevolente de Deus”.
Catecismo da Igreja Católica, 721-726
Contemplar o mistério
É justo que o Pai e o Filho e o Espírito Santo coroem a Virgem como Rainha e Senhora de toda a criação. Aproveita-te desse poder! e, com atrevimento filial, une-te a essa festa do Céu. Eu coroo a Mãe de Deus e minha Mãe com as minhas misérias purificadas, porque não tenho pedras preciosas nem virtudes. – Anima-te!
Forja, 285
Maria manifesta-se santamente transformada, no seu coração puríssimo, em face da humildade de Deus: o Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. A humildade da Virgem é consequência desse abismo insondável de graça, que se opera com a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade nas entranhas da sua Mãe sempre Imaculada.
Amigos de Deus, 96
Para saber mais: Catecismo da Igreja Católica (CIC), capítulo terceiro: Creio no Espírito Santo, nn 683-686
1. Como foi a vinda do Espírito Santo?
Narra-o S. Lucas nos Atos dos apóstolos, nos capítulos 1 e 2. Antes da Ascensão, Jesus tinha dito aos discípulos “que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai. Porque João batizara com água – disse-lhes – mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias. Quando tiver vindo sobre vós o Espírito Santo, sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia, na Samaria, e até aos confins da terra”.
Uns dias mais depois – continua a narração de S. Lucas – “quando estavam reunidos no mesmo lugar, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval e encheu toda casa onde se encontravam. Apareceram uma espécie de línguas de fogo que pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas”.
Neste dia revela-se plenamente a Santíssima Trindade e a partir de então o Reino anunciado por Cristo está aberto a todos os que acreditam nele.
Contemplar o mistério
O Espírito Santo em formas de línguas de fogo desce sobre Maria e os apóstolos. Um pormenor do Pentecostes, de El Greco.
Os Atos dos Apóstolos, ao narrarem-nos os acontecimentos daquele dia de Pentecostes em que o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo sobre os discípulos de Nosso Senhor, levam-nos a assistir à grande manifestação do poder de Deus com que a Igreja iniciou a sua caminhada por entre as nações. A vitória que Cristo obtivera sobre a morte e sobre o pecado - com a sua obediência, a sua imolação na Cruz e a sua Ressurreição - revelou-se então em todo o seu esplendor divino.
Cristo que passa, 127
Caminho certo de humildade é meditar como, mesmo carecendo de talento, de renome e de fortuna, podemos ser instrumentos eficazes, se recorremos ao Espírito Santo para que nos conceda os Seus dons. Os Apóstolos, apesar de terem sido instruídos por Jesus durante três anos, fugiram espavoridos diante dos inimigos de Cristo. Todavia, depois do Pentecostes, deixaram-se vergastar e encarcerar, e acabaram dando a vida em testemunho da sua fé.
Sulco, 283
Ajuda-me a pedir um novo Pentecostes, que abrase outra vez a Terra.
Sulco, 213
2. Quem é o Espírito Santo?
O Espírito Santo é uma das três pessoas da Santíssima Trindade. É Deus com o Pai e o Filho com o Pai e o Filho recebe a mesma adoração e glória, como afirma desde há séculos o Símbolo Niceno-Constantinopolitano. Consubstancial com o Pai e o Filho, é inseparável deles, tanto na vida íntima da Trindade como no seu dom de amor ao mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia o seu Verbo, envia também o seu Sopro: missão conjunta na qual o Filho e o Espírito Santo são diversos mas inseparáveis. Sem sombra de dúvida, Cristo é quem se manifesta, Imagem visível de Deus invisível, mas é o Espírito Santo quem o revela.
Catecismo da Igreja Católica, 687-689
Contemplar o mistério
O coração sente então a necessidade de distinguir e adorar cada uma das pessoas divinas. De certo modo, é uma descoberta que a alma faz na vida sobrenatural, como as de uma criancinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à actividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais!
Amigos de Deus, 306
Os discípulos, que já tinham sido testemunhas da glória do Ressuscitado, experimentaram em si a força do Espírito Santo: as suas inteligências e os seus corações abriram-se a uma nova luz.
Cristo que passa, 127
3. Qual é o nome próprio e as designações do Espírito Santo?
O termo “Espírito” é a tradução do termo hebraico Ruah, que na sua primeira aceção significa sopro, ar, vento. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas divinas. Mas unindo os dois termos, a Escritura, a liturgia e a linguagem teológica designam a pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos.
As designações do Espírito Santo
Jesus, ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, chama-Lhe o «Paráclito», advogado. «Paráclito» traduz-se habitualmente por «Consolador», sendo Jesus o primeiro consolador (15). O próprio Senhor chama ao Espírito Santo «o Espírito da verdade». Além do seu nome próprio, que é o mais empregado, nos Atos dos Apóstolos e nas cartas dos Apóstolos, encontram-se outras designações. S. Paulo refere-se ao Espírito da promessa, Espírito de adoção, Espírito de Cristo, Espírito do Senhor. Espírito de Deus, e em S. Pedro, Espírito de glória.
Catecismo da Igreja Católica, 691-693
Contemplar o mistério
Frequenta o convívio do Espírito Santo - o Grande Desconhecido - que é Quem te há-de santificar. Não esqueças de que és templo de Deus. - O Paráclito está no centro da tua alma: ouve-O e segue docilmente as Suas inspirações.
Caminho, 57
4. Que símbolos do Espírito Santo se encontram na Sagrada Escritura?
A água do batismo significa a ação do Espírito Santo na alma. Como fogo porque em forma de línguas de “como de fogo” pousou o Espírito Santo sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os encheu d’Ele. A tradição espiritual conserva este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo. A Pomba porque, quando Cristo sai da água do seu batismo, o Espírito Santo, em forma de pomba, desce e pousa sobre Ele. É a imagem mais utilizada na arte para representar a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Catecismo da Igreja Católica, 694-702
Pormenor de O Batismo de Cristo, de El Greco.
Contemplar o mistério
Usava sempre, como marca nos livros que lhe serviam de leitura, uma tira de papel com este lema, escrito em amplos e enérgicos caracteres: "Ure igne Sancti Spiritus!". Dir-se-ia que, em vez de escrever, gravava: queima com fogo do Espírito Santo! - Esculpido na tua alma e aceso na tua boca e pegado nas tuas obras, cristão, queria eu deixar esse fogo divino.
Forja, 923
Secura interior não é tibieza. No tíbio, a água da graça não penetra, resvala... Pelo contrário, há sequeiros, aparentemente áridos, que, com poucas gotas de chuva, se enchem a seu tempo de flores e de frutos saborosos. Por isso, quando nos convenceremos da importância da docilidade aos chamamentos divinos de cada instante, porque Deus nos espera precisamente aí?!
Forja, 224
5. Que missão tem Jesus Cristo e o Espírito Santo na história da redenção?
Jesus não revela plenamente o Espírito Santo até depois da Ressurreição. Contudo, sugere-o pouco a pouco, inclusivamente nos ensinamentos às multidões, quando revela que a sua Carne será alimento para a vida do mundo. Sugere-o também a Nicodemos, à Samaritana e aos que participam na festa dos Tabernáculos. Aos seus discípulos fala-lhes dele abertamente a propósito da oração: di-lo S. Lucas no seu Evangelho: “Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem”. E, quando lhes explica o testemunho que terão que dar, diz: “Quando fordes arrastados, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, nem como haveis de falar. Ao chegar esse momento, ser-vos-á comunicado o tiverdes que dizer. Pois não sereis vós quem falará, mas o Espírito do Pai é que falará por vós!”
Catecismo da Igreja Católica, 689-690
Contemplar o mistério
Jesus, Nosso Senhor, o quer: é preciso segui-Lo de perto. Não há outro caminho. Essa é a obra do Espírito Santo em cada alma: na tua. Sê dócil, não levantes obstáculos a Deus, até fazer da tua pobre carne um Crucifixo.
Sulco, 978
Também nós, tal como aqueles primeiros que se aproximaram de S. Pedro no dia de Pentecostes, fomos batizados. No batismo, o Nosso Pai, Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e enviou-nos o Espírito Santo. O Senhor, diz-nos a Sagrada Escritura, salvou-nos fazendo-nos renascer pelo baptismo, renovando-nos pelo Espírito Santo, que Ele difundiu sobre nós abundantemente por Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados pela sua graça, sejamos herdeiros da vida eterna, segundo a esperança.
Cristo que passa, 128
6. Como atua na vida do cristão?
“Ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ sem a inspiração do Espírito Santo”, diz S. Paulo na Epístola aos Coríntios. E na Epistola aos Gálatas: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama Abá, ó Pai!”. O conhecimento da fé não é possível a não ser no Espírito Santo. Para entrar em contacto com Cristo, é necessário primeiramente ter sido atraído pelo Espírito Santo. O Espírito Santo, com a Trindade Beatíssima, vem inabitar na alma pelo sacramento do Batismo. O Espírito Santo com a sua graça é quem nos desperta “primeiro” para a fé e nos inicia na vida nova que pressupõe conhecer o único Deus verdadeiro e o seu enviado, Jesus Cristo.
Catecismo da Igreja Católica, 737-742
O Espírito Santo com a sua graça é quem nos desperta “primeiro” para a fé e nos inicia na vida nova que pressupõe conhecer o único Deus verdadeiro
Contemplar o mistério
Vale a pena jogar a vida, entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus deposita em nós. Vale a pena, acima de tudo, que nos decidamos a tomar a sério a nossa fé cristã. Quando recitamos o Credo, professamos crer em Deus Pai Todo-Poderoso, em seu Filho Jesus Cristo que morreu e foi ressuscitado, no Espírito Santo, Senhor que dá a vida. Confessamos que a Igreja una, santa, católica e apostólica, é o corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo. Alegramo-nos com a remissão dos nossos pecados e com a esperança da futura ressurreição. Mas, essas verdades penetrarão até ao fundo do coração ou ficarão apenas nos lábios? A mensagem divina de vitória, alegria e paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do modo de pensar, de reagir e de viver de todo o cristão.
Cristo que passa, 129
Um raciocínio que conduz à paz e que o Espírito Santo oferece aos que querem a Vontade de Deus: "Dominus regit me, et nihil mihi deerit" - o Senhor é quem me governa; nada me faltará. Que é que pode inquietar uma alma que repita sinceramente estas palavras?
Caminho, 760
7. O que são os dons do Espírito Santo?
Os dons do Espírito Santo infundidos na alma do cristão conduzem à perfeição das virtudes e tornam os fiéis dóceis para seguir com prontidão e amor, no atuar diário, as inspirações divinas. Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.
Quadro de Pentecostes, de El Greco.
Contemplar o mistério
A Terceira Pessoa da Santíssima Trindade - doce hóspede da alma - oferece os seus dons: dom de sabedoria, de entendimento, de conselho, de fortaleza, de ciência, de piedade, de temor de Deus.
Amigos de Deus, 92
O Espírito Santo, com o dom da piedade, ajuda-nos a considerarmo-nos, com certeza, filhos de Deus. E se somos filhos de Deus, por que havemos de estar tristes? A tristeza é a escória do egoísmo. Se queremos viver para Nosso Senhor, não nos faltará a alegria, mesmo que descubramos os nossos erros e as nossas misérias. A alegria entra na vida de oração de tal maneira que, a certa altura, não poderemos deixar de cantar: porque amamos, e cantar é próprio de apaixonados.
Amigos de Deus, 92
Entre os dons do Espírito Santo, eu diria que há um de que todos nós, cristãos, temos especial necessidade: o dom da Sabedoria, que, fazendo-nos conhecer a Deus e tomar-Lhe o sabor, nos coloca em condições de poder julgar com verdade as situações e as coisas da vida presente. (…) Não é que o cristão não veja todo o bem que há na Humanidade, não aprecie as alegrias puras, não participe dos anseios e dos ideais terrenos. Pelo contrário, sente tudo isso desde o mais recôndito da alma e compartilha-o e vive-o com especial intensidade, pois conhece melhor do que ninguém os arcanos do espírito humano.
Cristo que passa, 133
8. Por que se diz que o Espírito Santo preparou Maria com a sua graça?
O Espírito Santo coroou Maria com a sua graça. Convinha que fosse “cheia de graça” a Mãe daquele em quem “habita corporalmente a plenitude da divindade”. Em Maria o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. A Virgem Maria concebe e dá à luz o Filho de Deus por obra do Espírito Santo. A sua virgindade converte-se em fecundidade única por meio do Espírito Santo e da fé. Por fim, por meio de Maria, o Espírito Santo começa a pôr em comunhão com Cristo os homens “objeto do amor benevolente de Deus”.
Catecismo da Igreja Católica, 721-726
Contemplar o mistério
É justo que o Pai e o Filho e o Espírito Santo coroem a Virgem como Rainha e Senhora de toda a criação. Aproveita-te desse poder! e, com atrevimento filial, une-te a essa festa do Céu. Eu coroo a Mãe de Deus e minha Mãe com as minhas misérias purificadas, porque não tenho pedras preciosas nem virtudes. – Anima-te!
Forja, 285
Maria manifesta-se santamente transformada, no seu coração puríssimo, em face da humildade de Deus: o Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. A humildade da Virgem é consequência desse abismo insondável de graça, que se opera com a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade nas entranhas da sua Mãe sempre Imaculada.
Amigos de Deus, 96
Para saber mais: Catecismo da Igreja Católica (CIC), capítulo terceiro: Creio no Espírito Santo, nn 683-686
Nenhum comentário:
Postar um comentário