A santidade não é um privilégio de pessoas excepcionais, mas um convite a todos; ela não significa separação do mundo, e sim coerência de vida
"Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo" (Lev 19,2). No Antigo Testamento, o termo hebraico "kadosh" (santo) significava ser separado do secular ou profano e dedicar-se ao serviço de Deus. O povo de Israel era conhecido como santo por ser o povo de Deus. Este mesmo conceito se expressa em grego, por meio do termo "agiós" (santo, puro, dedicado). Muitas passagens bíblicas nos convidam a ser santos. Mas, às vezes, pensamos que este é um estado de vida destinado somente a alguns fiéis reconhecidos. No entanto, o convite à santidade é para todos, uma santidade que não significa separação do mundo, mas coerência de vida.
Muitos santos se distinguiram por isso: por sua conduta, pela sua generosidade e fidelidade, por superar as provas da fé. Em poucas palavras, poderíamos dizer que eles se tornaram santos na vida cotidiana.
Concebendo a santidade desta maneira, você pode saber se está trilhando o caminho da santidade ou não. Como está respondendo à missão que lhe foi confiada? Sua vida prática coincide com os princípios básicos da fé? Você é uma pessoa feliz? Você se preocupa em ajudar os outros? Vale a pena mencionar um texto do Evangelho de Mateus, que relata como um jovem se aproximou de Jesus para lhe perguntar o que era preciso fazer para alcançar a vida eterna. A resposta de Jesus foi: "Observe os mandamentos". Mas o jovem, tendo cumprido todos os mandamentos desde pequeno, ansiava mais. Então, Jesus lhe disse: "Vá, venda tudo o que você tiver, distribua entre os pobres e terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". O jovem não respondeu, apenas foi embora triste, porque tinha muitos bens (cf. Mt 19, 16-22). Todos nós estamos chamados à santidade e, para isso, é preciso escutar e seguir a Palavra de Deus, viver os mandamentos e levar uma vida coerente, em meio a todas as nossas limitações.
Finalmente, vale a pena lembrar do mandamento mais importante: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Como sabemos, nisso se resumem a lei e os profetas.
Planejar é preciso, para quem deseja ser santo Planejar significa crescer na qualidade da vida. Ter uma vida planejada é estar atualizado e pronto para viver diante de tantas novidades e exigências do mundo Por Raphael Moura, membro da Comunidade de Vida Shalom Muitas pessoas pensam que o ato de planejar quer dizer somente organizar a vida segundo as próprias expectativas. Essa afirmativa pode até possuir um fundo de verdade, porém quando esse “planejar” situa-se no Reino de Deus, tudo muda de perspectiva.
Planejar, para quem deseja ser santo, é um ato de fé. É uma descoberta da vontade de Deus. É um verdadeiro caminho do estar nas mãos do Senhor. Ato que não chega a ser sinônimo de descuido ou de uma vida sem sentido. Pelo contrário, trata-se de uma experiência de escuta da voz de Deus, de uma compreensão do que Ele falou e depois de um partir para ações concretas.
Para muitos santos, o ato de planejar poderia parecer uma presunção, uma independência arriscada, por tomar a vida nas mãos ou até uma rebeldia. Mas pensar em um ato humano sem uma boa preparação é realizar uma atividade sem foco e sem sentido. Pensar dessa forma pode conduzir muitas pessoas a destinos inesperados com fortes probabilidades de experiências emocionais rodeadas de tensões.
São Francisco de Assis afirmava que, diante de uma ação, toda pessoa precisava começar o que era necessário, depois o que era possível e de repente ela já estaria executando o impossível. Seguir essa direção é compreender que o santo pode ter traçado um caminho segundo uma lógica organizada e planejada na sua vida. Ele sabia para onde queria ir, como, quando e através de que meios deveria alcançar seus objetivos.
Planejar significa crescer na qualidade da vida. Ter uma vida planejada é estar atualizado e pronto para viver diante de tantas novidades e exigências do mundo. Diante de tudo isso, você tem perguntando a Deus como Ele quer que você se planeje? Você já analisou seus pontos fortes e fracos e conseguiu encontrar na sua vida as ameaças e as oportunidades? É importante, nesses últimos meses do ano, começar a organizar sua vida, inspirada pelo Espírito Santo, para viver bem e segundo a vontade de Deus o ano de 2014.
Vamos estudar a Lectio Divina e os seus fundamentos, para melhor viver este mês de setembro e toda a nossa vida espiritual.
Para um bom resultado deste curso aconselhamos, que você estude (1) assunto por dia, por isso vamos dividir os assuntos em 30 dias, logo após o estudo do dia, tente fazer a lectio divina. Para aqueles que já fazem a lectio divina e querem agregar conhecimento e melhorar a compreensão da Palavra, nós aconselhamos que siga a mesma proposta, de (1) assunto por dia, para uma melhor compreensão e abordagem mais profunda de cada assunto. O restante do conteúdo vai sendo disponibilizado ao longo do mês.
1º Dia – Introdução a Lectio Divina: “A Leitura da Palavra deve ser orante!”
“Este é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade.” (Sl 117,24).
Escolhemos este versículo do salmo para expressar nossa alegria e privilégio em apontar à você, o caminho maravilhoso da Lectio divina. Nosso objetivo é que você aprenda a orar com a Palavra de Deus através desse método a ponto de não mais necessitar de uma direção para fazer sua oração diária de encontro, escuta e intimidade com Deus. Quando isso acontecer alcançaremos nosso objetivo ao lançar este curso.
O que é Lectio Divina?
Não é fácil traduzir literalmente e com exatidão a expressão Lectio Divina. Habitualmente dão-se estas versões: leitura divina, leitura de Deus, leitura da Palavra de Deus, etc. Seu significado real, todavia, aparece bastante claro na Bíblia e na Tradição. Trata-se de leitura atenta e reverente da sagrada Escritura, não para satisfazer a curiosidade intelectual, mas para alimentar a vida de fé.
Se chama divina, antes de tudo por seu objeto, que é a Palavra de Deus, o livro sagrado; e ademais pelo modo de praticá-la. Na Lectio Divina, não se busca a erudição, nem a exegese técnica de caráter crítico-literário-histórico, como podem fazê-lo os professores ou especialistas desta ciência teológica, mas tem uma finalidade existencial e vital, isto é, pretende alimentar a fé e robustecer a adesão pessoal a Deus. Por isso a atitude interior de quem se entrega a Lectio Divina não é interesse científico nem a curiosidade ou informação, mas a sede do coração que sente a necessidade da água viva da Palavra, para saciar o desejo vital de felicidade e salvação. Podemos, pois, afirmar com o Vaticano II que a Lectio Divina é “a escuta religiosa e piedosa” ou “leitura sagrada” da Escritura. (DV 1,10).
A Lectio Divina pressupõe atitude de fé: a santa Escritura é de origem divina e contém a palavra que Deus dirigiu e continua dirigindo ainda hoje ao seu povo, para comunicar-lhe sua vida e indicar-lhe o caminho da salvação. Para o cristão a Bíblia é o livro de Deus, no qual o Pai manifesta seu plano de amor em favor de seus filhos, e fala aí à Igreja para estimulá-la a uma resposta de fé, e aumentar nela a intimidade, o amor, o conhecimento e a comunhão.
2º Dia – Condição para a vivência de uma vida de oração
Como a Lectio Divina foi inserida na tradição cristã?
Já vimos que a Lectio Divina afunda suas raízes na religião judaica, no uso da sinagoga, na meditação ou releitura da Bíblia feita pelos rabinos e seus discípulos. Jesus e seus discípulos recebem esta herança e lhe infunde novo sentido espírito. A Igreja dos padres e dos monges, até o século XII conservarão e enriquecerão esta prática. Os Padres: Em Orígenes vemo-la perfeitamente perfilada. É muito provável que aprendesse este método de seus mestres judeus. Orígenes considera a Lectio Divina como base necessária de toda a vida ascética, de todo conhecimento espiritual, e de toda contemplação. Para ele a Lectio Divina não é meio, entre os outros, que ajuda a progredir na vida do Espírito, nem simples exercício de piedade. A Lectio Divina é na vida espiritual do cristão a Escritura lida, meditada, compreendida e vivida. Os Padres da idade de ouro não foram mais do que repetir, cada qual a seu modo e em seu contexto histórico e cultural, essas idéias de Orígenes sobre o papel que desempenha a leitura da escritura na vida cristã. Ler a Escritura é, segundo os Padres, obrigação principal de todo cristão. Os Padres não se cansavam de recomendar: vacare lectioni, studere lectioni, insistere lectioni. Pode-se dizer que a liturgia, obra do povo de Deus é uma Lectio Divina comunitária: alterna a leitura da Bíblia com sua meditação no canto dos salmos e na homilia; porém, para aproveite verdadeiramente a alma, é necessário que esta leitura comunitária seja fecundada pela leitura pessoal, feita privadamente, que seja como uma prolongação da palavra de Deus, feita em comunidade. São João Crisóstomo, santo Ambrósio de Milão, são Cesário de Arles, faziam questão cerrada nisso. O que se realiza na Igreja deve ser continuado fazendo-o cada cristão em sua casa, pois só assim é possível, “apropriar-se” da Palavra de Deus. Para são Gregório Magno, como para Orígenes, a Lectio Divina não é exercício isolado na vida dos cristãos, em certo sentido pode-se afirmar que é o essencial, pois não seria exagerado dizer que, para o grande papa-monge, o cristão perfeito é aquele que sabe ler a Escritura, com a condição de compreender que sua leitura compromete a vida inteira. Os monges: A santa Escritura foi confiada a todo povo cristão e por isso devem lê-la fervorosamente e freqüentemente todos os fiéis. A igreja inteira nutriu-se e continua a se alimentar deste pão. Entretanto, a história nos revela que a Lectio Divina foi praticada de modo peculiar nos mosteiros. A espiritualidade monástica está profundamente marcada pela Escritura, à qual reserva lugar preferencial. Os pais do monacato, tanto no Oriente como no Ocidente, perceberam a importância da escuta da Palavra de Deus, e por isso insistiram no valor salvífico na leitura da mesma, inculcando sua necessidade para a vida de seus discípulos e comunidades. De fato a entrega do monge a Lectio Divina ocupa lugar primacial em seu dia. Junto com a oração e o trabalho. Esses homens e mulheres que abandonaram tudo pelo Reino, encontram-se em situação idêntica a do profeta Elias, que foi capaz de caminhar pelo deserto durante quarenta dias e quarenta noites até o monte Horeb, com a força do alimento que lhe deu o anjo do Senhor (I RS 19, 1-8). O monge encontra na palavra de Deus a força para perseverar no deserto, sem os consolos terrenos que oferecem os afetos de família e as satisfações do mundo. Como indica o nome (monge = solitário), vive na solidão do ermo seguindo, sobretudo Jesus (cf Mt 4,1-11). E se este se alimentou durante esse longo período de prova com a palavra que sai da boca de Deus e superou a tentação com as armas da Escritura, o monge vence as tentações terríveis da solidão e os horrores do deserto da vida com o pão da palavra de Deus na Lectio Divina. Aqui está o segredo espiritual de tantas comunidades monásticas que floresceram no curso dos séculos tanto no Oriente como no Ocidente.
3º Dia – A Lectio Divina é.: Matutina
Matutina: Procure fazer sua lectio divina pela manhã, para que a Palavra de Deus acompanhe você o dia todo. Pergunta do dia!
Por que a Lectio Divina é tão pouco conhecida entre os leigos?
Por que a Lectio Divina passou por um período de decadência e restauração. Desde o século XII a expressão Lectio Divina vai-se desvanecendo e com ela a própria realidade a que se refere. Começa a devotio moderna, em que os mestres espirituais educam na oração mental, e por outro lado temo a “leitura espiritual” como exercício autônomo e específico, não orientado a oração. Esta leitura ademais vai se afastando da Bíblia e se nutrem sobretudo da hagiografia, escritores místicos, recentes, manuais de vida cristã e obras de meditação.
Devemos esperar o século XX para recuperar o uso e a praxe da Lectio Divina. Podemos dizer que é de moda em todos os momentos cristãos, por isso parece ser uma novidade algo tão antigo da Tradição cristã. A Lectio Divina é fácil de praticar e está mais de acordo com a psicologia atual. Por outro lado está na linha do interesse que hoje se visa dar ou devolver as fontes cristãs (Sagradas Escrituras, Padres, Liturgia), que constituem o patrimônio comum de toda a Igreja.
O Vaticano II aceitou e consagrou esse despertar e interesse pela Lectio Divina: O santo Sínodo recomenda insistentemente a todos os fiéis, especialmente aos religiosos, a leitura assídua da Escritura a fim de que adquiram a consciência suprema de Jesus Cristo (Fl 3,8), ‘pois desconhecer a Escritura é desconhecer Cristo. Recordem que a leitura da sagrada Escritura deve acompanhar a oração para que se realize o diálogo de Deus com o homem, pois a Deus falamos quando oramos, a Deus escutamos quando lemos suas palavras’ (DV 25)
1 Formação retirada de Dicionário teológico da vida consagrada. Dirigido por Angel Aparício Rodríguez, CMF e Joan Canals Casas, CMF; tradução Honório Dalbosco e L. Costal. – São Paulo: Paulus, 1994. – (Série Dicionários). p. 590-597.
Qual a função da Pessoa do Espírito Santo na Lectio Divina?
Uma leitura existencial da palavra de Deus só pode ser feita sob a ação do Espírito Santo que faz sentir a sua influência suscitando a adesão à palavra. Na realidade, o nascimento a vida divina somente se realiza por obra do Espírito, acende no coração a luz da fé (Jo,3,3), e faz dos crentes filhos de Deus(Jo,1,12).
Neste sentido a Lectio Divina é “leitura espiritual” em seu sentido mais pleno, por que é iluminada pelo Espírito Santo que ilumina os olhos da alma, e tira do rosto do homem o véu da incredulidade, que o impede de ver o bem e penetra na profundidade de Deus (cf 2 Cor 3,14). A leitura autêntica da Palavra realiza-se no Espírito Santo e verifica-se quando o coração se abre ao seu influxo. São Jerônimo, um dos maiores exegetas de todos os tempos, insiste na importância da ação do Espírito Santo para a compreensão reta e profunda do texto sagrado.
Não se pode ser cristão sem viver à escuta da Palavra de Deus. O cristão, seja ou não religioso, deve viver à escuta de Deus através de sua Palavra. Deve estar atento a Ele, sem descanso, para receber, acolher, captar sua Palavra, guardá-la, obedecer-lhe em pô-la em prática.
Para conseguir escutar, a leitura há de ser lenta. Quando buscamos conhecimentos novos lemos mais rapidamente possível; a Lectio Divina, ao invés, é um ruminatio, uma assimilação lenta do texto divino. Para lograr uma leitura lenta não poucos autores recomendam a Lectio Divina em uma língua morta ou em idioma estrangeiro.Escutar a palavra é ler de modo desinteressado. A Lectio Divina não vale pelo que permite adquirir, mas pelo que permite devir ou ser, e neste sentido aproxima-se da leitura clássica.
Qual o melhor lugar para escutar Deus através de sua Palavra?
Escutar a palavra requer ambiente de solidão, porque não é uma simples leitura pública, nem leitura imposta do exterior em nível de propaganda ou publicidade, mas diálogo pessoal entre autor e leitor, alguma coisa que nos concerne e a cujas exigências não nos podemos nos subtrair. Kierkegaard2 escreve: “Só uma palavra de Deus! Confesso-te algo: ainda não me atrevo a estar absolutamente só com sua Palavra, numa solidão onde nenhuma ilusão se interponha. E permite-me acrescentar que ainda não encontrei nenhum homem que tenha a coragem e a sinceridade de permanecer só com a palavra de Deus! Só com a palavra de Deus! Enquanto a abro, a primeira passagem que cai sob meus olhos apodera-se de mim e urge-me. É como se o próprio Deus me perguntasse: ‘Puseste isso em prática? ’ e tenho medo e evito sua pergunta prosseguindo muito rapidamente minha leitura e passando com curiosidade para outro tema… Não, prefiro deixá-la numa estante a ficar só com ela”.
A Lectio Divina deve ser praticada habitualmente como leitura orante, sossegada e assídua. Não existe vida de oração se acolhida reverente e exultante de Deus em nossa vida, e sem a resposta do homem com sentimentos e afetos de louvor, gratidão, súplica e entrega. A Lectio Divina situa-se precisamente aí, nesse preciso momento em que o cristão quer escutar com fé e sem preconceitos a Deus e conservar em seu coração a presença e a memória de seu Senhor. Nesse sentido a Lectio Divina é atividade capaz de unificar a vida cristã em clima de oração pessoal e comunitária. Se o autor de um livro está presente e fala nele, com maior razão podemos afirmá-lo de Deus na Bíblia. E Deus é o Deus vivo, que continua a falar a cada um que escuta a sua Palavra. Por isso a Lectio Divina é “conversação com Deus”, é ruminar a palavra de Deus na oração, diálogo de amor, de coração a coração, na intimidade pessoal.
8º Dia – A serviço da Palavra (convencido ou convertido?)
Pergunta do dia!
Qual o efeito mais imediato da Lectio Divina?
A prática habitual da Lectio Divina ajuda poderosamente a converter o cristão e fazê-lo homem de Deus. Porque o contato diário com a palavra de Deus permite-lhe penetrar no plano divino, sensibilizar-se com a santidade e sabedoria de Deus, com sua bondade e misericórdia; e, sobretudo com o mistério da pessoa de Jesus Cristo através do evangelho.
A Lectio Divina é verdadeira “escola de Cristo, ou do Espírito”, em que o cristão aprende qual é a vontade de Deus a seu respeito, e recebe a verdadeira sabedoria da vida, tão distinta dos sábios deste mundo (cf 1 Cor 1,18-31).
9º Dia – A Palavra de Deus deve gerenciar a minha vida
Pergunta do dia!
A Lectio Divina é somente para consagrados?
A leitura existencial da Bíblia não é relíquia arqueológica ou praxe válida somente para monges contemplativos. A escuta séria e constante da Palavra não pode ser relegada ao passado, nem ser considerada como exercício piedoso de outros tempos, ou como exclusivo de pessoas consagradas. Ler a Bíblia no espírito da Lectio Divina é uma graça para toda a Igreja; todos os crentes podem e devem alimentar-se do pão da sagrada Escritura por meio da Lectio Divina.
Qual a importância da Lectio Divina hoje e na História da Salvação?
A Lectio Divina ou celebração da palavra de Deus ocupa lugar central em toda história da salvação, apresentando exigências contínuas, transformando a mentalidade do cristão e trazendo uma interpretação do mundo em face ao Reino que vem.
Sem a Lectio Divina a Bíblia seria letra morta, já que somente por ela entra no coração do homem (cf Ez 2,8-9;3,1-3). A Escritura é pão de vida e a Lectio Divina é a celebração da entrada do Reino que vem.
11º Dia – Os 10 mandamentos são para nos humanizar
Pergunta do dia!
Que texto Bíblico deve ser usado para na prática da Lectio Divina?
A Palavra da liturgia de cada dia é o coração da Lectio Divina, e é esta Palavra dada pela Igreja a cada dia, o Pão Vivo descido do céu para nós. Padre Amedeu Cencini ensina*:
“A Palavra de Deus é lâmpada para os meus passos. Dia a dia uma Palavra sempre nova e imprevisível, mas também concreta e circunstanciada, vem iluminar a minha vida. Lâmpada para os meus passos revela-me o caminho que Deus traçou para mim, e, por contraste, desmascara aquele caminho que eu teimo em querer seguir. Referimo-nos a Palavra de Deus em geral, mas também em particular, àquela que a liturgia de cada dia nos oferece: é o nosso maná, o pão cotidiano preparado, para cada um de nós, pela providência do pai que sabe do que precisamos todos os dias. Nessa Palavra há um projeto sobre mim: A Palavra deve realizar-se hoje na minha vida.” (p. 49, 2003). Portanto, podemos dizer que na liturgia de cada dia, o Pai deixa seu recado, é preciso que a cada dia busquemos nos textos da liturgia diária a Voz amorosa do Pai e de Seu Filho Jesus que nos falam.
*CENCINI, Amedeu. Viver Reconciliados. São Paulo, SP: Ed Paulinas.
12º Dia – A independência das leis objetivas desprotege o ser humano
Pergunta do dia!
A Liturgia do dia traz vários textos, qual deles devo escolher para fazer a Lectio Divina?
Durante a semana a Liturgia Diária traz três textos, uma leitura, do Antigo Testamento ou das cartas dos Apóstolos, um Salmo e uma passagem do Evangelho, aos domingos e solenidades é acrescentada mais uma leitura. Diante de tantas opções qual devemos escolher?
A dica é, leia sempre todas as leituras propostas para cada dia, depois de ler lentamente e atentamente, observe qual dos textos te chamou mais a atenção. É preciso ser sensível, acolher a intuição interior. Dentre todos os textos, há um, através do qual, Deus quer te falar. Pode acontecer do Senhor querer falar em mais de um dos textos.
É importante ainda, não afastar-se da Palavra do Dia, é através Dela, naqueles textos propostos, que o Pai colocou algo de particular, somente para você, a cada dia.
Qual a influência da Palavra do dia (que está na liturgia do dia) em nossa vida?
O Senhor nos deu sua Palavra, pois conhece nossa sede! A eficácia da Palavra de Deus sobre nós depende de cada um. O salmo 62,2 diz: “Minha alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anela, como terra árida e sequiosa, sem água”.
A Palavra de Deus, uma vez lida, rezada e meditada, exerce grande influência sobre o nosso dia. A Palavra se atualiza, cada vez que é acolhida pelo crente porque Jesus está VIVO, a Palavra do dia não é coisa do passado, mas sim fonte presente e atuante de vida verdadeira, de cura, de libertação e de infinitas graças. A cada dia o Pai tem algo para nós.
Também é importante salientar que a Lectio Divina tem cinco características essenciais, que devem ser observadas, e assim, ela poderá atuar sobre nós no nosso dia.
A primeira característica da Lectio Divina é ser MATUTINA. Já diz o Profeta: “Cada manhã ele desperta meus ouvidos…” (Is 50, 4-5)
Acolher a Palavra de Deus logo ao amanhecer equivale a um: Bom dia meu Pai! O Pai responde: Bom dia meu filho! Então o Pai nos convida a sentar em sua mesa, e nos alimenta com sua Palavra. A Palavra de Deus é o desjejum do Pai que prepara-nos para a jornada de um dia, para que, este sempre se torne o dia que ‘O Senhor fez para nós’.
É por isso que a Lectio Divina deve ser matutina. Rezar pela manhã significa alimentar-se logo cedo do maná do Pai, para a jornada daquele dia, de acordo com o querer divino.
A segunda característica da Lectio Divina é ser DIVINA.
Quando lemos a Palavra, abrimos espaço para Deus conduzir o nosso dia. Excluindo a Palavra de Deus, sou eu, que acabo conduzindo o meu dia. Por isso, é importante que nenhum dia de nossa vida passe ausente da Palavra de Deus. Nela o Senhor fala, e através de sua Palavra podemos ouvir sua voz e atender seus apelos a cada dia.
A terceira característica da Lectio Divina é que ela é CONTÍNUA
Contínua quer dizer: O tempo todo, todos os dias, todo o dia, o dia inteiro.
Quando assim nos deixamos conduzir, passamos a viver o que o Pai nos preparou para cada dia. Ou seja:
Um dia intenso;
Uma semana intensa;
Um mês intenso;
Um ano intenso;
Uma vida intensa conduzida pela Palavra de Deus.
Portanto, o que rezamos pela manhã, acaba norteando todo o nosso dia. É preciso estar continuamente atento aos acontecimentos, a Palavra, ao apelo de Deus, assim viveremos o dia que o Senhor fez para nós.
17º Dia – A Palavra de Deus leva o ser humano a maturidade
Qual a quarta característica da Lectio Divina?
A quarta característica da Lectio Divina é que ela é ESCRITA.
A escrita é a forma mais elevada de pensar, assim o discípulo se torna ‘escritor da Escritura’. Depois de ler os textos, é preciso escrever, tanto partes do próprio texto que chamaram a atenção, quanto moções interiores, memórias e conclusões que o texto inspirar naquele momento. Para isso é necessário possuir um diário de oração pessoal, e nele vamos escrever a cada dia nossa Lectio Divina. E não esqueça: A escrita é a forma mais elevada de pensar.
A quinta característica da Lectio Divina é que ela é NOTURNA.
A Palavra de Deus é noturna. É no final de cada dia, vivido lado a lado com a Palavra de Deus que vamos dizer: “Boa noite meu Pai”.
O “Boa Noite” na verdade é “um exame de consciência” do dia com um coração agradecido. Neste exame, vamos meditar se naquele dia vivemos ou não a Palavra de Deus, onde erramos, onde pecamos ou negligenciamos as propostas de Deus escritas em sua Palavra.
É no ‘Boa Noite’ que fazemos uma revisão das atitudes do dia, erros e acertos. Depois do exame, peçamos perdão ao Pai, se nossas faltas foram contra os irmãos, busquemos se possível, reverter os erros, reconciliar, voltar atrás em atitudes e decisões, e, aquilo que foi pecado que se busque a reconciliação através do Sacramento da Reconciliação.
Não esqueça que este exame de consciência é um exame com coração agradecido, ou seja, nada de exames pesados, meticulosos, acusadores e extremistas, mas um coração de criança, que busca a cada dia agradar o Pai.
Qual o melhor horário para a prática da Lectio Divina?
Já aprendemos que a Lectio Divina acontece durante o dia todo, pois ela é CONTÍNUA, MATUTINA e NOTURNA; portanto, ela acontece o dia todo, mas é necessário que durante o dia, exista um momento particular de encontro com a Palavra, o momento para parar, ler, meditar, escutar, escrever, etc. O ideal é que a Lectio Divina aconteça pela manhã, assim será possível viver a Palavra para aquele dia desde cedo. Para os monges nos primeiros séculos da era cristã, o tempo diário dedicado à Lectio Divina sempre foi longo e no melhor momento do dia. Portanto escolha o melhor momento possível.
Quanto tempo devemos reservar para a Lectio Divina?
Ler a Palavra do dia equivale a ler uma importante carta que o Pai remete para nós todos os dias. É difícil definir um tempo para cada pessoa. Comece encontrando-se com a Palavra diariamente e sempre, se possível, no mesmo horário. À medida que você crescer em intimidade, vai certamente necessitar de mais tempo. Portanto, comece aos poucos e atinja um tempo ideal que é de no mínimo trinta minutos e não se faz necessário mais que uma hora.
21º Dia – Por que não basta, somente ler a Palavra?
Pergunta do dia!
Não tenho tempo nem disposição física para rezar pela manhã. Como devo fazer?
Para ser verdadeira Lectio Divina, a Palavra de Deus, da liturgia do dia deve ser lida e acolhida logo cedo, caso contrário, não será o dia que o Senhor fez para nós. Não sendo possível rezar pela manhã, por algum motivo grave, leia a Palavra do dia na noite anterior, assim, pela manhã essa mesma Palavra já estará em sua memória e você poderá começar a vivê-la desde cedo, mesmo que seu momento de oração seja no meio do dia, ou somente à noite. Resumindo, podemos iniciar a Lectio Divina à noite, fazendo o exame de consciência, observando se vivemos a Palavra proposta e na seqüência meditar a Palavra do próximo dia. Ainda recomendaria o cuidado de reservar um tempo hábil para Deus a cada dia; se ainda não somos capazes de fazer isso, devemos questionar se realmente somos cristãos.
22º Dia - Minha vida é corrida, trabalho durante o dia e estudo a noite, como posso fazer a Lectio Divina?
Mesmo que sua vida seja muito ocupada, não esqueça: um cristão não deve passar nem um dia sequer sem ter um contato pessoal com a Palavra de Deus. Digamos que sua vida seja agitada, de manhã até a noite. Desta forma, leia a noite a Palavra do dia seguinte, acorde mais cedo, leia no trânsito, na hora do lanche… enfim, dê preferência à Palavra de Deus e o tempo aparecerá. A melhor hora é aquela que você pode dar toda a sua atenção a Palavra de Deus. Caso você tenha uma melhor opção, pare, escolha um local adequado, aquiete-se, invoque a presença do Espírito Santo e faça sua Lectio Divina todos os dias. Lembre-se que ela é CONTÍNUA.
23º Dia – Quais são os degraus da Lectio Divina? Como surgiram?
São quatro os degraus da Lectio Divina: Leitura, Meditação, Oração e Contemplação.
A sistematização do método da Lectio Divina chegou até nós através dos escritos de Guido (por volta de 1150), monge da Ordem dos Cartuxos.
Certo dia, ainda jovem, enquanto Guido realizava alguns trabalhos manuais, trazia em mãos uma escada. Em dado momento, com a escada nas mãos, pediu a Deus que lhe desse a graça de subir até a sua presença. Foi então que recebeu a graça de ter uma belíssima visão espiritual, na qual pode ver uma escada com apenas quatro degraus sustentados na Palavra, mas que levava até Deus e perscrutava os segredos do Céu.
A Lectio Divina é a escada espiritual dos monges, mas é também a escada de todo o cristão. Guido ainda explicou o que é próprio de cada degrau, quais os efeitos na alma daquele que se dispõe subir a Deus por meio deles. Foi assim que surgiram os chamados degraus da Lectio Divina, ou seja, a leitura, a meditação, a oração e a contemplação.
24º Dia - Qual o primeiro degrau da Lectio Divina?
O primeiro degrau da Lectio Divina é a leitura.
Quando buscamos conhecimentos novos lemos mais rapidamente possível; a Lectio Divina, ao invés, é um ruminatio, uma assimilação vagarosa do texto divino. Para acontecer uma leitura lenta alguns autores recomendam a Lectio Divina em uma língua morta ou em idioma estrangeiro. A Lectio Divina não vale pelo que permite adquirir, mas pelo que permite devir ou ser, e neste sentido aproxima-se da leitura clássica, a leitura deve ser lenta e desinteressada.
Leia, com calma e atenção, (aconselha-se a escolher um dos textos da liturgia do dia). Leia o texto quantas vezes e versões forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes deste texto: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. É importante identificar tudo com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação de espírito.
O segundo degrau da Lectio Divina é a meditação. “A leitura sem meditação é árida, e a meditação sem leitura é errônea”. (Guido, monge cartuxo francês)
Guido, também ao falar da Meditação (Meditatio), usa o termo “Ruminação”, porque, depois de nos alimentarmos da Palavra de Deus na Leitura, o alimento da Palavra retorna ao nosso coração para ser “ruminado” e transformado em “alimento” de salvação. Por isso, a Meditação é, antes de tudo, uma atualização do texto. Existem outras perguntas de apoio, tais como: “O que há de semelhante e de diferente entre a situação do texto, de ontem, e a situação de hoje? Quais os conflitos de ontem que existem hoje? Quais são diferentes? Que personagem eu sou dentro do texto? E quem eu sou chamado a ser? O que o Espírito quer falar, quer comunicar? Meditar é, então, mastigar, ruminar, atualizar e dialogar com o texto bíblico.
26º Dia - Qual o terceiro degrau da Lectio Divina?
O terceiro degraus da Lectio Divina é a oração.
Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai ao coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade.
O quarto degrau da Lectio Divina é a contemplação. Desta etapa a pessoa não é a autora. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presente. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzir à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe der apenas a tranqüilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você for um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Mas em todas as circunstâncias será uma maneira de ver Deus presente na história e em nossa vida!
“Ele recria a alma fatigada, nutre a quem tem fome, sacia sua aridez, lhe faz esquecer tudo o que é terreno, vivifica-a, mortificando-a por um admirável esquecimento de si, e embriagando-a, sóbria a torna” (Guido, o Cartuxo).
28º Dia - Como o monge Guido resumiu os quatro degraus da Lectio Divina?
É simples: são quatro degraus – “a leitura procura a doçura da vida bem-aventurada; a meditação a encontra; a oração a pede, e a contemplação a experimenta. A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida.” (Guigo, o Cartuxo, Scala Claustralium).
29º Dia - O que a Igreja tem declarado sobre a Lectio Divina?
Junto com a vivência da Eucaristia, a escuta da Palavra de Deus, em particular através da “Lectio Divina”, está se convertendo em um dos temas centrais do pontificado do Papa Joseph Ratzinger, eleito em 19 de abril de 2005.
Como ele mesmo declarou: a Lectio Divina “consiste em meditar amplamente sobre o texto bíblico, lendo-o e voltando a ler, ‘ruminando-o’ em certo sentido, e espremendo todo seu ‘suco’, para que alimente a meditação e a contemplação e chegue a irrigar com a seiva a vida concreta”.
“Como condição, a Lectio Divina requer que a mente e o coração estejam iluminados pelo Espírito Santo, ou seja, pelo próprio inspirador das Escrituras, e pôr-se, portanto, em atitude de religiosa escuta”.
Em várias intervenções precedentes, Bento XVI já havia dado um forte impulso à Lectio Divina, ao encontrar-se com os 400 participantes no congresso que a Santa Sé organizou para recordar os quarenta anos da publicação da constituição do Concílio Vaticano II “Dei Verbum”, sobre a Revelação.
“Se esta prática for promovida com eficácia, estou convencido de que haverá uma nova primavera espiritual na Igreja”, assegurou então o Papa.
Se a leitura orante da Bíblia remonta aos primeiros cristãos, o primeiro a utilizar a expressãoLectio Divina foi Orígenes (aproximadamente 185-254), teólogo, que afirmava que para ler a Bíblia com proveito é necessário fazê-lo com atenção, constância e oração.
Mais adiante, a Lectio Divina converteu-se na coluna vertebral da vida religiosa. As regras monásticas de Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento fariam dessa prática, junto ao trabalho manual e à liturgia, a tripla base da vida monástica.
A sistematização da Lectio Divina em quatro degraus provém do século XII. Por volta do ano 1150, Guido, um monge cartuxo, escreveu um livro titulado “A escada dos monges”, onde expunha a teoria dos quatro degraus: a leitura, a meditação, a oração e a contemplação.
“Essa é a escada pela qual os monges sobem desde a terra até o céu”, afirmava.
Na meditação improvisada que Bento XVI dirigiu aos bispos no primeiro dia de sessões do Sínodo sobre a Eucaristia, em 3 de outubro de 2005, recomendou-lhes particularmente esta prática.
“Devemos exercer a Lectio Divina, escutar nas escrituras o pensamento de Cristo, aprender a pensar com Cristo, a pensar o pensamento de Cristo e, desta maneira, ter os pensamentos de Cristo, ser capazes de dar aos demais também o pensamento de Cristo e os sentimentos de Cristo”, disse falando sem papéis.
Entre as proposições que os padres sinodais redigiram como síntese da assembléia, a número 18 reconhece: “Amar, ler, estudar, meditar e orar a Palavra de Deus é um fruto precioso da prática da Lectio Divina, dos grupos de estudo e de oração bíblicos em família e nas pequenas comunidades eclesiais”.
30º Dia - Qual o papel do Espírito Santo na Lectio Divina?
A presença do Espírito Santo na Lectio Divina é insubstituível.
É o Espírito Santo que conduz nossa oração. É Ele que move, orienta, envolve e acompanha; ele conhece as Sagradas Escrituras, conhece o nosso coração e também as profundezas de Deus.
A cada início de oração, sempre digamos: Vem Espírito Santo!
A origem deste método de oração vem da Tradição Cristã e, por volta dos anos de 1150,foi organizada em quatro degraus pelos monges. Este jeito de rezar, portanto,vem caminhando com nossa Igreja e está ao alcance de todos, é para o homem epara a mulher, para o idoso, o jovem e a criança, todos podem falar com Deus eescutá-Lo.
Como devemos iniciar nosso encontro com Deus?
1º Escolha um local.
2º Suplique o Espírito Santo.
Sim é Deus, por seu EspíritoSanto, que vai conduzir você na oração. O mesmo Espírito de Deus que inspirouas Sagrados Escrituras vai levar você a orar com Ela e a compreendê-La.
Os quatro degraus da lectio divina são:
A leitura, meditação, oração e acontemplação.
1. Leitura
“O homem é aquilo que ele lê”
O primeiro passo é a escolha do texto bíblico, esta escolhadeve ser feita entre a leitura do dia, o salmo ou o Evangelho que a liturgianos propõe, assim, você se colocará em unidade com a Igreja no mundo inteiro.Escolhido o texto, comece a leitura, leia quantas vezes for necessário até quea Palavra ressoe dentro de você e te absorva para dentro Dela. É na leitura queo texto sagrado começa a se realizar, a Palavra que está sendo lida com fé, se atualizanaquele momento.
Perceba também do que se trata o texto. O que este trecho diz?De quem está falando? A quem está sendo dirigido? No próximo degrau que é ameditação você trás o texto para a realidade que você vive hoje.
Escreva em poucas palavras oque você percebeu do texto até este momento. Por exemplo:
No texto de hoje Jesus estávisitando uma casa, e já pode fazer uma prece: Jesus visita também minha casa.
2. Meditação
“Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo” (CIC 133)
A tarefa da meditação é refletir sobre o texto que você acaboude ler. O Espírito Santo tem algo único para revelar sobre esta passagem paravocê. À medida que acontece a leitura, como já foi dito, a Palavra de Deus seatualiza, torna-se concreta, real e transformadora. Depois de ler repetidasvezes se questione: O que Deus diz de único para mim, de forma pessoal, neste texto?Qual será minha resposta diante do que Deus me diz?
Escreva a parte do texto que mais te chamou a atenção.
Através da Palavra de Deus, o Senhor nos faz uma visitaamorosa, muitas vezes Ele exorta, chama a retomar o caminho e consola.
Escreva o fruto de sua meditação.
3. Oração
“A Oração é um caminho seguro para a santificação”.
Quem ora assiduamente com a Palavra de Deus percebe que Alguémvem ao seu encontro. Concretamente na oração devemos responder o que o texto lido e meditado nos leva a dizer a Deus? Pode louvar, agradecer, suplicar ou interceder, enfim, é hora especialmente de pedir que a graça aconteça e seja abundante. Que a Palavra venha cumprir sua missão. As Sagradas Escrituras dizem: “… a palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido sua missão…” (Is 55,10-11). A oração é a resposta ao que Deus falou na leitura e na meditação. O que Deus falou? Qual a sua resposta?
Escreva sua oração.
4. Contemplação
“Contemplar é entrar em solidão, parar e tão somente, olhar para Deus…”
Depois de ler, meditar e orar com a Palavra é hora de saborear.
A contemplação leva o orante ao uma quietude saborosa etranqüila, a um repouso do ser e do fazer, a uma experiência profunda do Deusverdadeiro que revela sua face amorosa e próxima. Para alcançar a contemplação é precisoinsistir. Contemplar é dom e é graça.
Escreva se durante acontemplação a ação de Deus visitou você.
“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.” (Mc 16,15)