Contemplando na fé o trabalho admirável da criação e da redenção,ocorre espontaneamente perguntar-se qual é o impulso originário que levou Deus a realizar um projeto que é sublime e grandioso,mas ao mesmo tempo dramático e doloroso? Talvez faltasse alguma coisa à alegria divina para que o Onipotente precisasse dar início à criação do mundo? Não viu,talvez,ele já em antecipação a revolta dos anjos e dos homens? Por mais que a mente humana se disponha a procurar uma motivação da obra divina,não encontrará nenhuma que não seja o amor.A única chave de interpretação do drama humano e divino da criação e da redenção é o amor trinitário. "Bonum est diffusivum sui", observa a respeito São Tomás de Aquino.O bem por sua natureza tende a difundir-se e o Sumo Bem não guardou egoisticamente para si a sua divindade,mas quis compartilhá-la,criando os anjos e os homens.
(retirado do Livro as virtudes teologais de Livio Fanzaga)
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