quarta-feira, 16 de abril de 2014

É preciso se encantar...

É preciso se encantar...
Deus se manifesta fortemente a nós de duas formas: quando “olhamos para fora de nós” e vemos a beleza, harmonia e paz da natureza, um verdadeiro espelho que reflete as maravilhas de Deus; e quando “olhamos para dentro de nós”, e vemos o quão belos somos, “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,26), dotados de inteligência, liberdade, consciência, imaginação, vontade, memória, etc... Além de tudo isso, claro, Deus se manifestou plenamente em Nosso Senhor Jesus Cristo, “esplendor de sua glória e figura de sua substância” (Hb 1,3).
A beleza de Deus espelhada na natureza, no encanto da música, no sabor dos alimentos, na suavidade da pétala da rosa e da pele de uma criança, entra em nossa alma pelos cinco sentidos, que os filósofos antigos já chamavam de “janelas da alma”.
Mas a maioria dos homens e mulheres, atormentados pelo “barulho” da vida não param para desfrutar de tudo isso. Não abrem mais “as janelas da alma”. Não se encantam mais ao ver um nascer ou pôr do Sol; ao ver um pintinho ser gerado de um ovo aquecido sob a galinha; ou de ver uma rosa perfumada e bela nascer no meio dos espinhos...
É preciso se encantar com o que Deus faz, senão deixaremos de ser humanos e a brutalidade tomará nosso coração, nossos pensamentos, nossas palavras e nossos atos. Onde não há encanto não há meditação; e sem meditação não há crescimento espiritual. E o homem embrutece.
Como é belo e prazeroso ouvir uma bela música, uma Ave Maria, de Bach ou Gounod; um “Jesus, alegria dos homens”, de Bach; um “Tema de Lara”, de Maurice Jarre; um “Carrossel de fogo”, do grego Vangelis, e que tornou-se o hino oficial de todas as maratonas e maratonistas ao redor do mundo, ...
Mas também as belas músicas de nossa terra, um “Luar do Sertão”, a “Noite do meu bem”; a “Casinha Pequenina”; e tantas maravilhas. Como é doce ouvir Dolores Duran cantar:
“Hoje eu quero a rosa mais linda que houver,
E a primeira estrela que vier,
Para enfeitar a noite do meu bem.
Hoje eu quero paz de criança dormindo,
E abandono de flores se abrindo,
Para enfeitar a noite do meu bem.
Quero a alegria de um barco voltando,
Quero ternura de mãos se encontrando,
Para enfeitar a noite do meu bem.
Ah! eu quero o amor, o amor mais profundo,
E quero toda beleza do mundo,
Para enfeitar a noite do meu bem...”
É preciso se encantar com as coisas belas que Deus nos deu, senão a gente vira bicho e trata os outros como animais.

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